O inato contra o adquirido é até hoje alvo de grande debate na comunidade científica. Trata-se da discussão sobre o que faz o que somos no nosso mais profundo nível de personalidade e individualidade. Até que ponto somos pré-determinados física e psicologicamente pelos nossos genes e até que ponto o ambiente no qual somos inseridos nos molda biologicamente a nível comportamental e neuronal.
Do ponto de visto do Dr.Robert Sapolsky, professor de Neurologia da Universidade de Stanford, Califórnia, vivemos sobre uma falsa dicotomia construída à volta do ser a natureza o factor determinante da base de causalidade da vida. Não sendo, de longe, o ADN o principal factor determinante da nossa concepção como ser humano. Por outro lado no adquirido, as influências externas do contexto onde somos inseridos, é falso pressupor que os humanos não estão livres de factores biológicos que afectam a sua personalidade e condicionam o seu comportamento e obviamente a sua fisiologia. Segundo ele é impossível ver até que ponto os factores biológicos funcionam fora do contexto ambiental e social.
Dentro de um consenso entre o Inato e o Adquirido podemos constatar cientificamente que não existem comportamentos genéticos. Apesar de os genes nos darem pré-disposições para certo tipo de comportamento estes não são pré-determinantes, ou seja, o comportamento que está codificado no nosso código genético só será constatado no crescimento do ser humano se estes sofrer algum estimulo que indicie o desenvolvimento desse tipo de comportamento. Por exemplo, os suicídios são maioritariamente cometidos durante a fase da adolescência e a taxa de suicídios é substancialmente superior em casos onde se verificou algum tipo de abuso infantil. Durante a autópsia destes casos específicos os cientistas descobriram que os abusos alteraram geneticamente o crescimento normal do cérebro. Este acontecimento é conhecido como epigenético onde activamos ou desactivamos certos genes.
Dentro de um consenso entre o Inato e o Adquirido podemos constatar cientificamente que não existem comportamentos genéticos. Apesar de os genes nos darem pré-disposições para certo tipo de comportamento estes não são pré-determinantes, ou seja, o comportamento que está codificado no nosso código genético só será constatado no crescimento do ser humano se estes sofrer algum estimulo que indicie o desenvolvimento desse tipo de comportamento. Por exemplo, os suicídios são maioritariamente cometidos durante a fase da adolescência e a taxa de suicídios é substancialmente superior em casos onde se verificou algum tipo de abuso infantil. Durante a autópsia destes casos específicos os cientistas descobriram que os abusos alteraram geneticamente o crescimento normal do cérebro. Este acontecimento é conhecido como epigenético onde activamos ou desactivamos certos genes.
No caso de Genie onde uma rapariga esteve isolada durante um período crucial do seu crescimento a nível neuronal os psicólogos encarregues do estudo e reabilitação da criança tentaram frustradamente ensinar-lhe capacidades linguísticas de modo a que esta conseguisse formular uma frase. Supúnhamos agora que um bebé nasce com os olhos perfeitamente normais e é mantido durante cinco anos num quarto escuro. Essa criança será consequentemente invisual para o resto da vida. Isto porque os sistemas cerebrais que seriam responsáveis pelo desenvolvimento das capacidades visuais não foram submetidos a estímulos do ambiente logo atrofiaram e morreram. O Darwinismo Neuronal é uma teoria sobre o funcionamento do cérebro de Gerald Eldman que introduz o conceito de que os circuitos no cérebro que são estimulados pelo ambiente desenvolver-se-ão naturalmente enquanto aqueles que não foram estimulados não serão tão bem desenvolvidos ou nem sequer existiram. No caso de Genie durante o período critico da aprendizagem da língua as ligações no cérebro responsáveis por esta capacidade não se desenvolveram e apesar de anos de instrução intensiva da linguagem Genie nunca dominou os aspectos mais básicos da construção frásica e da expressão linguística levando-me a crer que ela nunca seria capaz de alguma vez adquirir essa capacidade. Isto porque a sua capacidade inerente da fala que é constatada em todos os seres humanos não foi devidamente estimulada logo não se desenvolveu e atrofiou. Apesar do esforços, penso que o objectivo de fazer com que Genie conseguisse ter uma relação social normal será dificilmente se não impossível de concretizar devido ao retrocesso biológico em que ela se encontrava.
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